terça-feira, 24 de abril de 2012

Dúvidas.


Certo dia, tive uma dúvida.
Mas que dúvida?
Não sei, qualquer uma.
O que fazer?
Em que acreditar?
Por que viver?

Talvez, deva trabalhar?
Mas, já trabalhei.
Ganhar dinheiro, bastante dinheiro.
Gastar dinheiro, bastante dinheiro.
Ter amigos fúteis,
Tornar-me fútil.
Não vejo razão nisso.

Talvez, devesse ser religioso?
Voltar a acreditar em Deus?
Defender Cristo até o fim?
Muitas pessoas acreditam em Deus.
Muitas pessoas defendem Cristo.
Mas ninguém acredita no amor.
Não vejo razão nisso.

Talvez, devesse fugir deste mundo?
Sentir a sensação do ópio?
O poder da cocaína?
Fumar um cigarro,
Outro cigarro,
Outro cigarro,
Um após o outro.
Ter câncer do pulmão,
Uma overdose,
Tornar-me louco.
Morrer.
Não quero morrer,
Não vejo razão nisso.

Talvez, devesse mudar a sociedade?
Gritar, em plenos pulmões,
Sem ser escutado.
Acreditar em um mundo
Que seja justo.
Que seja igual.
Mas todos são egoístas.
Não vejo razão nisso.

Talvez, devesse viajar sem rumo?
Conhecer vários lugares,
Um mais triste do que o outro.
Ser proibido de ser livre.
Nas fronteiras concretas, imaginárias.
Ser tratado como lixo.
Nas lixeiras do preconceito.
Não vejo razão nisso.

Talvez, só me reste uma solução.
Viver do jeito que seja possível.
Não por uma razão.
Apenas, por viver.
Sem esperar resultados,
Sem pensar no futuro.
Um dia após o outro,
Sem medo.

Mais, quand la vie sera belle?
Je ne sais pas, jamais. 
Peut-être, elle soit déjà.

Pois,
Não exitem razões.

Exitem,

Apenas,

Dúvidas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário