domingo, 25 de setembro de 2011

Legião dos Pobres Diabos Mascarados

Quanta gente a dançar.
Lobos. Todos à procura de um par.
Sem musas, me beijou o Whisky.
Prefiro a vã loucura à noite triste.

E é em tristeza que me acho
Na noite mais paulistana,
Sozinho, mãos na grama,
Em meio ao populacho.

No chão sou invisível.
Pito tragos de um cigarro;
Assisto à burguesia, horrível;
O nojo me obriga ao escarro.

Aos anjos ofereço uma homenagem,
Busco a boca duma bela princesa,
Regojizo-me em fazer de sua nobreza
Pro meu cuspe, auto-móvel, tal garagem.

Fodam-se as princesas!
Fodam-se as tiaras, seus vestidos,
Seu dinheiro e seus maridos!
São elas as menos indefesas.

Passo então a atentar ao cheiro
Da mistura de perfumes nobres,
Do mijo que exala do banheiro,
Do vômito encoberto pelo alfobre.

No tosco vexame urdido por pirraças
Deste baile de tantos energúmenos,
Antagônicos os signos
Que ostentam, orgulhosos, nas carcaças.

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