terça-feira, 27 de setembro de 2011

Epopéia Noturna

Perdido em sonho de Oxum
Por demasiado rum
Ao som da triste sanfona
P'ra casa pedi carona.

Com destino a minha cama,
ônibus apanharia
Naquela rua vazia
Na qual a lama me aclama.

Madruga, Domingo,
Encontro um mendigo
Comendo umas letra.
Ou ele me encontra!

Me pede um dinheiro
P'ras drogas do dia.
Lhe nego ligeiro,
Pois bem lhe queria.

Ainda que decepcionado
A mim seu fado assumiu.
De dentes amarelados,
Vago sorriso sombrio.

Falou-me de sua história;
Daqueles tempos de glória.
Cursava uma faculdade
(Sempre sentia saudades).

Mãe que deixara pra trás!
Dormia em pedra de selva!
E os olhos eu não tirava
Das espinhas do rapaz.

Do bolso o cachimbo.
Seus olhos de lobo
Acendem coa chama!
Logo após, me chama.

Lhe nego ligeiro,
Pois bem eu me quero,
Pois mal me faria
A droga vadia.

Falamos em suicídio
Por veneno de um ofídeo.
Riu de uma oferta tão boba.
Não mata e nem sequer rouba!

Parar, não consegue jamais!
Na pedra em que é viciado,
Coloca a vida de lado
Por vir a ser eficaz.

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