sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Boiando Contra a Correnteza

Não vou lhe agradecer
Ou jamais me desculpar
Pela errônea infinitude de atos
- Que sou -
Deste rol de imperfeições
Comprimidas num' alma...

Descanso no desassossego,
Danço e tropeço no enredo
Sonambólico das comédias
Entediantes das castas...

Sou piruetas sem graças
Num circo aleijado.

Um capacho esquecido;

Um ciso numa boca sem espaço
Que se projeta ao ouvido...

Um pobre diabo
Caído na Terra;

Não consigo sequer abaixar
Pra amarrar os cadarços...

Preciso de água como toda a gente,

Mas se fazes direito, só quero o errado!
Se banhas teu peito, prefiro meu nado!
Se restas parado, és todo o meu pleito!
Se estás cansado,
Ah,
Me deleito com o teu cansaço....

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