segunda-feira, 5 de março de 2012

Filhote de Lua

Sinto-me asquerosa lagarta
Prestes a explodir de mim
Posto que em meu corpo já não caibo;
Não caibo neste corpo pequeno;
Ao hábito terreno, não caibo...!

Me livrarei
Não obstante a pele rasgue!

Jamais quis ser astronauta;
O sou por capricho genético, apenas...
Nu nasci no espaço sideral e
Traje espacial nunca me coube...

E embora hajam meus ouvidos suportado,
Os olhos estacionado, o sangue condensado,
Cá me encontro,
Perdido em vil potência e fantasia;

Para transbordar, faço poesia...

E quem lerá? E quero que quem lerá as leia?
Quão limitada a compreensão alheia...

Eu que de mim nada compreendo,
Sem nada, talvez, compreender serei cremado!

Peço que comigo queime este poema...
Se confundam nossas cinzas na urna que nos contenha!
Sejamos um, nova e finalmente.

Até lá, por mais cedo me espreite a data,
Por mais medo a morte invoque,
O deixo sob guarda do papel que lhe sustente,
Papel que me suporte.

No fim,
Seremos um, novamente,
Artista e arte...

Nenhum comentário:

Postar um comentário