quarta-feira, 3 de agosto de 2011

em prosa

              O dia é 25 de agosto de 2008, ou 30 de junho de 1630, ou 20 de abril de 1287. O tempo não importa, o dia não importa, até mesmo o nome não importa. Não terei estilo, não terei linearidade. Apenas escreverei, farei isto para conhecer a mim mesmo, se é que, realmente, existo.
              A única razão para a existência deste livro, se é que isto pode ser considerado um livro, é a angustia e a necessidade que tenho de transferir pensamentos que não têm qualquer utilidade, mas insistem em instalarem-se na minha cabeça. Acho que em algum lugar, entre o bulbo e o cerebelo do meu cérebro, esses pensamentos tão excêntricos foram aterrados com concreto; e, dificilmente, irão a algum lugar enquanto eu existir, se é que eu, realmente, existo.
               Sou livre! Sou livre porque escrevo o que tenho vontade. Não quero escrever uma história, tampouco um poema. Ainda menos, quero ter qualquer profundidade filosófica. A que me importa quem foi Socrates? A minha liberdade consiste em escrever qualquer palavra, tenha ela sentido ou não. Posso até escrever palavrões. Existe melhor sonoridade do que a da palavra Buceta? Ah Buceta, Buceta e Buceta. Quem me dera se todas as palavras fossem como esta. Se o amor, ao invés de se chamar amor, se chamasse Buceta. Come seria lindo e, com certeza, muito menos melancólico. Porque não existe nada mais melancólico que a palavra Amor.
               Acalme-se meu leitor, não penso isto realmente. Se é que existe alguma pessoa perturbada o suficiente para estar lendo estas palavras. O amor é lindo e não existe nada mais sublime. No entanto, isso não quer dizer que o amor não pode ser melancólico. No final, eu ainda acho que a palavra Buceta é uma bela palavra.

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