Tarda
mais uma janela
Em minha noite...
Avança a madrugada
Como avançam em minh’alma
Todas as madrugadas.
Cintilam em mim escuras estrelas...
Uma constelação de sóis
Invisíveis e frios...
Explodem em mim
Estrelas que nunca nasceram,
Sem universo que as contenha,
E caem no vazio.
Há em mim estrelas mortas que nunca vi
E nunca ninguém viu,
Sistemas solares imóveis
Em busca do Impulso.
Impávidos asteroides,
Quasares impassíveis...
Há dores e odores de metal,
Gardênias,
Delírios,
Há pétalas do Quênia...
Há lágrimas de lírios...
Mas pouca vegetação germina
No vasto deserto e o espaço
Carece de matéria prima...
Não há oxigênio,
Não neste milênio!
Não há sequer um lápis
Ou
Páginas de livros...
Decerto dormirei
Quando amanhecer o dia,
Por certo já errei
Bem mais do que devia.
Há galáxias plácidas
Nos devaneios desta vida,
Menos virtude no pouso que na descida,
Mais sonhos roucos que loucos no asilo
E quanto mais grave a queda,
(o silfo em mim à ninfa avisa)
Mais agudo será o sibilo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário