É por vergonha que durmo os dias...
Não me vejam! Jamais me vejam,
Paspalho que sou na vida,
Nem me julguem!
Não, me julguem!
Quero saber a opinião do mundo
E ver se nele encontro ao menos
Alguém que mais me culpe...
Uma cruel opinião,
Deem-ma!
Todo o ouro que jamais terei,
Todo amor que jamais senti,
Toda paz, oh, toda a paz!
E muito mais
Pela cruel opinião
Guardada em si...
Sou parcial e justo,
Por isso sofro,
Por isso durmo...
Afastem de mim os olhos,
Pois são espelhos...
Ver-me-ei de dentro para dentro,
Por dentro de mim
Até que vermes vire!
Dentro sou maior
Que o mundo
E seus julgamentos!
Superior ao mais nobre dos sentimentos!
E minto...
Sou pequeno, sujo, fraco, inútil.
Inútil!!!
Por isso durmo...
Dormindo sofro,
Acordo e sumo...
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