Tarda
mais uma janela
Em minha noite...
Avança a madrugada
Como avançam em minh’alma
Todas as madrugadas.
Cintilam em mim escuras estrelas...
Uma constelação de sóis
Invisíveis e frios...
Explodem em mim
Estrelas que nunca nasceram,
Sem universo que as contenha,
E caem no vazio.
Há em mim estrelas mortas que nunca vi
E nunca ninguém viu,
Sistemas solares imóveis
Em busca do Impulso.
Impávidos asteroides,
Quasares impassíveis...
Há dores e odores de metal,
Gardênias,
Delírios,
Há pétalas do Quênia...
Há lágrimas de lírios...
Mas pouca vegetação germina
No vasto deserto e o espaço
Carece de matéria prima...
Não há oxigênio,
Não neste milênio!
Não há sequer um lápis
Ou
Páginas de livros...
Decerto dormirei
Quando amanhecer o dia,
Por certo já errei
Bem mais do que devia.
Há galáxias plácidas
Nos devaneios desta vida,
Menos virtude no pouso que na descida,
Mais sonhos roucos que loucos no asilo
E quanto mais grave a queda,
(o silfo em mim à ninfa avisa)
Mais agudo será o sibilo.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Agorafobia
É por vergonha que durmo os dias...
Não me vejam! Jamais me vejam,
Paspalho que sou na vida,
Nem me julguem!
Não, me julguem!
Quero saber a opinião do mundo
E ver se nele encontro ao menos
Alguém que mais me culpe...
Uma cruel opinião,
Deem-ma!
Todo o ouro que jamais terei,
Todo amor que jamais senti,
Toda paz, oh, toda a paz!
E muito mais
Pela cruel opinião
Guardada em si...
Sou parcial e justo,
Por isso sofro,
Por isso durmo...
Afastem de mim os olhos,
Pois são espelhos...
Ver-me-ei de dentro para dentro,
Por dentro de mim
Até que vermes vire!
Dentro sou maior
Que o mundo
E seus julgamentos!
Superior ao mais nobre dos sentimentos!
E minto...
Sou pequeno, sujo, fraco, inútil.
Inútil!!!
Por isso durmo...
Dormindo sofro,
Acordo e sumo...
Não me vejam! Jamais me vejam,
Paspalho que sou na vida,
Nem me julguem!
Não, me julguem!
Quero saber a opinião do mundo
E ver se nele encontro ao menos
Alguém que mais me culpe...
Uma cruel opinião,
Deem-ma!
Todo o ouro que jamais terei,
Todo amor que jamais senti,
Toda paz, oh, toda a paz!
E muito mais
Pela cruel opinião
Guardada em si...
Sou parcial e justo,
Por isso sofro,
Por isso durmo...
Afastem de mim os olhos,
Pois são espelhos...
Ver-me-ei de dentro para dentro,
Por dentro de mim
Até que vermes vire!
Dentro sou maior
Que o mundo
E seus julgamentos!
Superior ao mais nobre dos sentimentos!
E minto...
Sou pequeno, sujo, fraco, inútil.
Inútil!!!
Por isso durmo...
Dormindo sofro,
Acordo e sumo...
domingo, 6 de abril de 2014
The Leaf
I saw a leaf on the pavement at night
Still it laid,
Stepped on the edge, on the edge of time…
I picked it up
And looked at its veins, full of lifeless life, I
Looked at Its green, crude and lifeless like
A stone, I looked at it.
It faded into the brown of death,
Alive, as all is alive,
Only I
Looked at its veins full of beaten beauty
And stared into the stars of its green, the city
Shivered.
Only I
Knew the leaf,
Only I
Paid attention.
It was me, but
Would never be
Forever mine.
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